A Startup Dietbox, responsável por um software de nutrição, realizou um levantamento em território nacional constatando que o medo da contaminação, em si ou de si para os outros, e de perder pessoas próximas para a COVID-19 afetou a forma com que as pessoas se alimentam desde que o coronavírus chegou no Brasil.

Segundo os dados coletados entre março e junho, o aumento de peso é a principal preocupação dos brasileiros, assim como a busca por alimentos que melhoram a imunidade e contribuem para reduzir a ansiedade. A mudança de hábitos e horários para as refeições e a necessidade de cozinhar no dia a dia vem em seguida.

“A preocupação com o aumento de peso já existia antes, mas o que vemos agora é que a procura por alimentos que melhoram a imunidade e reduzem a ansiedade tiveram alta. Já a busca por ter e manter uma rotina mais saudável e natural, bem como a necessidade de cozinhar mais no dia a dia também intensificaram bastante nesse período”, afirma André Piegas, sócio-fundador da Dietbox.

Outros pontos de destaque no levantamento do software de nutrição são em relação à segurança no consumo dos alimentos e a obesidade, doença muitas vezes provocada pela má alimentação e que é considerada pelos especialistas como um dos principais agravantes da covid-19. “As dúvidas mais frequentes são sobre como higienizar os produtos antes de armazenar e consumi-los e em como não utilizar a comida para buscar conforto e refúgio diante de sensações e sentimentos negativos”, explica Piegas.

A pesquisa foi feita com os dados da base de mais de 170 mil nutricionistas e 2,5 milhões de pacientes cadastrados que utilizam o aplicativo. De modo geral, mostra que o brasileiro está cada vez mais interessado em questões que vão além da alimentação. A grande preocupação mesmo é em como a alimentação e os bons hábitos na dieta podem contribuir para ter mais saúde neste momento.

“A expectativa é que essas preocupações com a saúde por meio de uma dieta equilibrada e saudável se mantenham após a pandemia, já que está crescendo a conscientização voltada para as propriedades dos alimentos, considerados como remédios naturais, e que a boa alimentação evita problemas de saúde no longo prazo. Mais do que nunca, manter-se saudável é uma preocupação de todos”, garante o executivo.

AUMENTO DE PESO – é uma preocupação que vai se manter, ainda mais com a impossibilidade de sair de casa para praticar atividade física de modo seguro e em qualquer horário (as academias que reabriram estão com horários reduzidos). E há também quem não consiga se adaptar a rotina de se exercitar em casa ou não tem o mesmo rendimento sem o acompanhamento de um profissional da área.

MELHORA DA IMUNIDADE – essa preocupação continuará sendo relevante, mas há o risco de que as pessoas a esqueçam assim que a pandemia chegar ao fim. Por isso, é importante criar o hábito de cuidar do organismo por meio da nutrição correta e preventiva, consumindo alimentos anti-inflamatórios e antioxidantes que ajudam a fortalecer o sistema imunológico de forma contínua.

REDUÇÃO DA ANSIEDADE – a relação emocional com a comida não é novidade, mas ganhou maior relevância neste período de isolamento. Daí a necessidade de manter a alimentação equilibrada para não descontar na comida as sensações e os sentimentos negativos.

MUDANÇA DE ROTINA – a introdução do home office fez com que muitas pessoas aumentassem as horas trabalhadas em casa. E isso provocou mudanças de hábitos e nos horários das refeições no dia a dia. Essa irregularidade não é ideal para manter uma dieta saudável.

NECESSIDADE DE COZINHAR – com a pandemia, o brasileiro ficou em casa e teve que preparar as refeições ao invés de comprá-las prontas. Essa necessidade de cozinhar fez com que muitos aprendessem a mexer com os alimentos pela primeira vez, bem como a se preocuparem com a segurança alimentar.

Com isso, essa expansão do mercado alimentício demanda alimentos que sejam benéficos à saúde, preocupados com o sistema imunológico, antioxidantes, nutritivos e práticas em meio à rotinas estressantes por inúmeros motivos – demanda essa que ainda se encontra limitada e em falta no comércio alimentício brasileiro.

Fonte: FOLHA VITÓRIA